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Monday, July 7, 2014

XI – Put your hands on my face and tell me you love me

Hands upI love you dos Madrugada em modo low profile volume no mínimo o suficiente para que se possa ouvir ouvir-te também. 

Tinhas ido directo para casa a casa na santa terrinha em vez de cumprires a tua palavra de que virias ter comigo assim que voltasses a três meses de teres ido a nossa primeira separação ainda a dois a acreditar eu iludir tu de que mesmo à distância seria possível seguirmos com o relacionamento que seria apenas uma fase necessária à tua vida mil e uma promessas depois da desilusão e prova clara de que não seria essa nem aquela nem aqueloutra a tua intenção quando na noite da despedida nem um telefonema foste capaz de fazer nem atender telefonema meu sabias que te esperava e gramavas essa sensação de deixar os outros à mercê 

sentir-te-ias amado assim?

Agora asseguro que sim fazia-te sentir maior melhor poderoso neste jogo que tão mas tão bem jogavas e do qual nem as regras eu sabia nem as teclas pré-definidas e perdia ia perdendo frustrando não subia de nível não passei de nível durante uns tempos bastante tempo é certo tal a complexidade do jogo em si ou tal a cegueira do amor em mim por ti. 

Voltaste e seguiste para a tua querida e santa terrinha como já referi. ao jantar ainda aguardava o telefonema que achava teres prometido aquando chegasses apenas para saber se tinhas chegado bem no entanto disseste-me que eu que disse que te ligava ainda hoje me questiono sobre isso o que mais está de acordo com o meu eu comigo mesma e com os que gosto é pedir que me liguem quando chegam apenas para ficar descansada e segura de que chegaram bem mas tu insististe em me dizer que eu que estava em falta para contigo eu que te fiquei de telefonar pormenores que em nada interessavam mas interessavam para descentrar a verdadeira razão a verdade dos factos e das fugas e das agressões sem corpo. nessa noite gritaste pela primeira vez ao telefone enervadíssimo com mil e uma coisas que estavam fora de sitio desarrumadas correio a acumular pó a acumular e sei lá eu que mais já nem me lembro lembro-me de te ouvir a descer as escadas a sola das botas a bater furiosamente no chão o passo corrido a raiva e os gritos e merda porra e outras verborreias semelhantes eu ria chegou a uma altura em que eu já deitada no aconchego da cama nem me lembrava já que deverias estar aqui comigo e não aí e ria ria da tua exaltação da tua frustração que nada mais era por teres quebrado a tua palavra e de eu afinal te atender o telefone e de eu afinal falar contigo e de eu afinal ainda estar apenas isso estar e sabes passei no teste no teu daquele dia sabes porque? simplesmente porque me querias assustar ver como reagiria eu ao teu lado negro aos teus gritos e obscenidades e tudo isso sabes Francisco tudo isso a imagem que recriei de ti na minha cabeça era apenas ridícula tu ridículo pequeno e triste apesar disso foste nojento mais uma vez em vez de bons sonhos transferiste pesadelos com a voz em vez de abraços e ternuras enviaste raiva e ódio e instabilidade isso percebi no dia a seguir depois de nem ter dormido quase nada por te ter estado a ouvir até altas horas da madrugada sem teres dito uma única palavra de carinho mudaste mudaste-me com o passar do tempo por teres mudado quando voltaste ou secalhar não mudaste e revelaste-te possibilidades. 

Na manhã seguinte pediste desculpa pelo teu comportamento da noite anterior de emigrante em fúria passaste para emigrante suave assim como do charuto para o tabaco light perdoei claro que perdoei como tentei compreender a tua quebra de promessa e a tua cobardia camuflada sob um bem maior desculpa pediste por teres falado da forma como me tinhas falado choveram chantagem emocionais de alto gabarito ou baixo nível depende do ponto de vista.

Preciso de ti. Vem ter comigo.

Era isto que eu tinha na caixa de mensagens um dia na madrugada na noite seguinte apenas isso hoje digo-te o que não te disse antes por na verdade não sermos um verdadeiro casal apesar do amor que transbordava de mim para ti e de ti falseado em mim a escassa confiança em ti não me permitia partilhar-me levianamente. curioso sermos levianos em algumas áreas e noutras completamente retraídos por falta de confiança no entanto sem ela a confiança entregamo-nos em parte mas outra parte de nós guardamos como jóia preciosa ou algo de grande valor sentimental a verdadeira intimidade é partilha de nós não da carne não o corpo mas sim a alma os sentimentos

 intimidade em dosagens pequenas é intimidade? 

Digo hoje a ti o que naquela altura não te disse por falta de palavras abandonadas que mencionei não em vão gravei-as em mim pedias que fosse ter contigo imaginei que mesmo tu não merecendo poderia fazê-lo aparecer-te de surpresa imaginei e queria muito ou não porque não o fazias tu que tinhas dado a tua palavra antes de ires esqueceste-te pretendias com isso magoar-me testar-me não fui se viesses buscar-me certamente teria ido no fim de semana contigo e estiveste cá na sexta feira ao fim de tarde para vires buscar o teu tio que ia aí todos os fins de semana mas nada me disseste porque na verdade Francisco a verdade não querias nem me querias voltar a ver ou querias sim querias mas querias mais ferir-me que fosse a correr atrás de ti não fui nunca fui 

nunca me perdoaste isso.

Aonde enfiaste todo o amor que apregoavas? guardaste-o no bolso do casaco que ficou perdido numa qualquer estação de comboios ou metro ou apeadeiro dos barcos num qualquer País desconhecido para mim onde passam muitas faces igualmente desconhecidas onde alguém o andará a usar agora sem saber que tem amor no bolso assim para usar e abusar porque é tao grande e pequeno ao mesmo tempo que jamais se esgotaria?

Chegámos a um ponto em que a minha memória falha no tempo e espaço nas palavras e actos o momento em que me apagaste em que colocaste um fundo falso entre nós daqueles invisíveis mas que escondem o que está por detrás deles eu lá sem saber e tu do outro lado a saber sem dizer apenas nada não disseste nada a angústia do lado de cá a ser arrebatada pelo desespero da insignificância a superar e escalar montanhas para conseguir ver se conseguia ver o horizonte abafada enterrada viva nesse fundo falso que compraste a custo zero na loja dos trezentos na esquina do esquecimento. 

Perdi o contacto perdi-te sem que te tenha verdadeiramente perdido mas perdi e perdi-me neste jogo do amar e brincar experts em lego e puzzles a 2D entreténs de quem não quer pensar a ver se pensa e não pára a parar segundos de vida.

Soube que estiveste por cá bastante tempo não uma semana não duas mas meses talvez e que enamoraste outra moça da tua santa terrinha resignei-me à insignificância do que o amor poderia eventualmente significar para ti ela abandonou-te disseram-me tu voltaste para o estrangeiro algures disseram-me.

Fomos um livro inacabado.

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